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REPETIÇÃO E DIFERENÇA

Os dípticos, aqui apresentados, são resultado de um exercício visual onde a partir de um único registo fotográfico do real, novas paisagens digitais foram geradas a partir de jogos de duplicação, de recorte e de redimensão da imagem inicial.

 

Partindo da ideia de que, por um lado a realiadade é incontornável aos mecanismos de apreenção visual e por outro, é ela mesma quem determina as próprias condições da sua transformação (redução) a registo imagético, assume-se assim que, a imagem fotográfica resiste às estruturas de significados unívocos, porque ela é sempre resultado de um recorte da realidade e por isso de uma escolha de quem opera esse registo, de quem faz esse recorte.

 

Vivemos numa era de perfusão ubícua e vertiginosa de imagens que se replicam e apresentam, não raras vezes como fonte de conhecimento e de verdade. Assim, num jogo simples e lúdico de reconfiguração visual, uma única imagem é resgatada como matéria de modelação, para nos lembrar que as imagens constituem sempre um elemento de desconhecimento e onde a simples nomeação do real deve ser problematizada, simplesmente porque elas são sempre representações subjectivas do real. E em última instância mentem.

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‘Diferença e Repetição’, foi exposto no  Festival Artístico-Literário Palavra Voa, Guimarães, 2020.

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